Foi-se o tempo onde inovar significava mudar a forma como produtos e serviços são criados e entregues ao mercado. A inovação, hoje, precisa ser interpretada como algo mais profundo, e pode significar mudança nos modelos mentais que orientam o que a empresa faz.
Hoje em dia, saímos da visão de inovação estritamente baseada em produto e processo para uma visão mais ampla, onde o processo criativo do “novo” podem ocorrer na cadeia de fornecimento, na marca, no canal de divulgação, na forma como captura valor no mercado, em como oferta produtos e em como se relaciona com parceiros estratégicos.
Independentemente do que você for inovar na sua empresa, pense sempre na forma como você obterá lucros depois de tanto esforço em criar algo novo. Lembre-se de que, quanto mais difícil for para os concorrentes conseguir imitar sua obra criativa, mais tempo você garante de exclusividade no mercado. A imitação tecnológica pode ser algo difícil dado que as condições históricas da empresa que o desenvolveu são únicas. Além disso, você pode evitar esse problema por meio de patentes e proteção de capital intelectual e também por meio da criação de políticas e procedimentos internos que suportem a exploração de seus recursos.
Nesse sentido, é natural que haja certa resistência dos colaboradores e até mesmo gestores em aceitar a inovação nas empresas. Essa resistência muitas vezes ocorre pois, como o lucro das vendas das inovações oscila nas fases iniciais de lançamento no mercado, consequentemente o comissionamento/ participação dos colaboradores sobre o lucro de tais vendas também oscila. Toda a incerteza e instabilidade financeira pode se transformar em um problema e desmotivar o time a querer inovar. Também, a fase inicial da inovação muitas vezes envolve custos de P&D, alocação de pessoas para buscar novos conhecimentos.
Uma inovação também ameaçar canibalizar os lucros dos produtos existentes, juntamente com os empregos gerenciais associados a esses produtos. Quando isso ocorre, gestores podem ver seus interesses alinhados com a tecnologia tradicional, podendo até mesmo tentar boicotar a inovação.
Para minimizar todos esses problemas, a alta administração deve elaborar políticas de remuneração e promoção que vinculem claramente os incentivos econômicos à inovação. Por isso, alta administração atua como peças chave para que uma empresa possa realizar a inovação. Esses gestores devem incentivar seus colaboradores de diferentes formas para tirá-los da zona de conforto e contribuírem de forma proativa com a empresa nos momentos onde ocorrem as inovações. Recompensas monetárias podem ter uma variedade de formas, incluindo salário, comissões, bônus vinculados ao desempenho individual ou da empresa, participação nos lucros e compra de ações.
Além das recompensas monetárias, outras formas de incentivo podem ser implantadas como, por exemplo, viagens e premiações.
Em suma: é importante que haja reconhecimento dos esforços da equipe. Essa é uma ótima estratégia para conseguir impulsioná-la para fora da zona de conforto. Faça esse movimento aos poucos e de forma consistente. Afinal de contas, sem uma equipe disposta nenhum projeto -seja de mudança em produto, processo, tecnologia, etc - vai ser incorporado na empresa e transformado em algo que gere valor para sua empresa ou para o mercado.
Aruana Rosa - consultora na 4profit
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